Crise. Palavra de ordem dos dias de hoje. Encontro-a na rua, em casa, na escola, no café. Em cada esquina que viro, encontro-a sempre com uma roupa, um penteado, um rosto diferente. Mesmo quando olho para o espelho vejo vislumbres da sua silhueta magra e pouco sedutora. Vejo-a em mim, na sociedade que me rodeia e neste país em que vou sobrevivendo. Mas não consigo encontrar entre os políticos. Não a vejo visitar os deputados. E pergunto-me porquê. Pergunto-me se algum dia terão pago propinas como aquelas que hoje pagamos. E rapidamente encontro uma resposta. Não. Irónico ou não, é que quem se encontra sentado em luxuosas cadeiras da AR (Assembleia da República) recebe dinheiro para se lá sentar, enquanto nós, estudantes, pagamos para nos podermos sentar em simples cadeiras de pau. Onde diga-se de passagem, trabalhamos muitos mais e com muito menos regalias. Ainda assim, retiram o pouco que nós temos, como por exemplo as bolsas de estudo. Gostava de lhes perguntar como se sentiriam se eu agora lhes retirasse os carrinhos de alta cilindrada que todos eles gostam de exibir com grande orgulho. Se calhar, não seria uma decisão do seu agrado pois é um bem de primeira necessidade, não é assim?! Não. Definitivamente, não é. Um bem essencial trata-se do acesso à educação que deve existir, independentemente da sua condição económica e social, contudo não é isso que vemos. Não é isso que hoje acontece neste país que já não é para nós. Tanto não é para nós que poucos são aqueles que ficam. Ficam, nem sempre por querer, mas por nem sempre possuírem os meios necessários para abandonar o país lhes deu a língua. Os que o fazem, deixam para trás de si uma língua, uma cultura, uma vida. Deixam neste país tudo aquilo que foram um dia e não esperam voltar a ser tão cedo. Não o deixam por vergonha. Deixam por necessidade. A necessidade de se ser mais, de se ter mais. Esta necessidade insaciável que o Homem tem de ter e ser sempre o melhor em tudo o que se mete. Esta é das poucas explicações plausíveis que encontro para o estado em que se encontra o país. A vontade incontrolável que o homem tem do poder, de exercer a sua força e autoridade nos outros. Eu sei que isto dá a entender outra coisa. Tirania. Sim, eu considero tirania quando a febre do poder destrói um país. Destrói o seu futuro. Não culpo somente o nosso último governante. Culpo aqueles que tal como ele implementaram as suas medidas somente a uma parte do país. Pena é que seja sempre à mesma parte. Compreendo que os tão aclamados PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento) sejam necessários, mas será que não esta na hora da outra parte pagar a sua quota?! Sim está. Aliás está mais do que na hora. Senhoras deputados cumpram o PEC tal como o povo que todos vós ansiais governar. Está na hora de nos acompanharem nesta hora de se apertar o cinto. Atrevo-me a dizer somente mais uma coisa.Uma pequena e perspicaz observação: Talvez se todos nós, povo e políticos (peço desculpa mas nunca considerei esta classe como sendo povo, é algo á margem), cumprirmos as medidas de austeridade impostas pelo governo, o nosso tão amado Portugal consiga recuperar desta dura placagem que sofreu a sua economia. Talvez assim seja possível restituir as inúmeras bolsas que nos foram retiradas injustamente. Se, e só se, as medidas não forem suficientes, os nossos queridos e amadas políticos talvez pudessem contribuir com a venda dos seus carrinhos de alta cilindrada. Não se esqueçam que a educação é um bem essencial para a formação dos jovens e a evolução do país. Tudo pelo bem e amor à Pátria. Não é assim?! terça-feira, 29 de março de 2011
Eles comem tudo e não nos deixam NADA!
Crise. Palavra de ordem dos dias de hoje. Encontro-a na rua, em casa, na escola, no café. Em cada esquina que viro, encontro-a sempre com uma roupa, um penteado, um rosto diferente. Mesmo quando olho para o espelho vejo vislumbres da sua silhueta magra e pouco sedutora. Vejo-a em mim, na sociedade que me rodeia e neste país em que vou sobrevivendo. Mas não consigo encontrar entre os políticos. Não a vejo visitar os deputados. E pergunto-me porquê. Pergunto-me se algum dia terão pago propinas como aquelas que hoje pagamos. E rapidamente encontro uma resposta. Não. Irónico ou não, é que quem se encontra sentado em luxuosas cadeiras da AR (Assembleia da República) recebe dinheiro para se lá sentar, enquanto nós, estudantes, pagamos para nos podermos sentar em simples cadeiras de pau. Onde diga-se de passagem, trabalhamos muitos mais e com muito menos regalias. Ainda assim, retiram o pouco que nós temos, como por exemplo as bolsas de estudo. Gostava de lhes perguntar como se sentiriam se eu agora lhes retirasse os carrinhos de alta cilindrada que todos eles gostam de exibir com grande orgulho. Se calhar, não seria uma decisão do seu agrado pois é um bem de primeira necessidade, não é assim?! Não. Definitivamente, não é. Um bem essencial trata-se do acesso à educação que deve existir, independentemente da sua condição económica e social, contudo não é isso que vemos. Não é isso que hoje acontece neste país que já não é para nós. Tanto não é para nós que poucos são aqueles que ficam. Ficam, nem sempre por querer, mas por nem sempre possuírem os meios necessários para abandonar o país lhes deu a língua. Os que o fazem, deixam para trás de si uma língua, uma cultura, uma vida. Deixam neste país tudo aquilo que foram um dia e não esperam voltar a ser tão cedo. Não o deixam por vergonha. Deixam por necessidade. A necessidade de se ser mais, de se ter mais. Esta necessidade insaciável que o Homem tem de ter e ser sempre o melhor em tudo o que se mete. Esta é das poucas explicações plausíveis que encontro para o estado em que se encontra o país. A vontade incontrolável que o homem tem do poder, de exercer a sua força e autoridade nos outros. Eu sei que isto dá a entender outra coisa. Tirania. Sim, eu considero tirania quando a febre do poder destrói um país. Destrói o seu futuro. Não culpo somente o nosso último governante. Culpo aqueles que tal como ele implementaram as suas medidas somente a uma parte do país. Pena é que seja sempre à mesma parte. Compreendo que os tão aclamados PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento) sejam necessários, mas será que não esta na hora da outra parte pagar a sua quota?! Sim está. Aliás está mais do que na hora. Senhoras deputados cumpram o PEC tal como o povo que todos vós ansiais governar. Está na hora de nos acompanharem nesta hora de se apertar o cinto. Atrevo-me a dizer somente mais uma coisa.Uma pequena e perspicaz observação: Talvez se todos nós, povo e políticos (peço desculpa mas nunca considerei esta classe como sendo povo, é algo á margem), cumprirmos as medidas de austeridade impostas pelo governo, o nosso tão amado Portugal consiga recuperar desta dura placagem que sofreu a sua economia. Talvez assim seja possível restituir as inúmeras bolsas que nos foram retiradas injustamente. Se, e só se, as medidas não forem suficientes, os nossos queridos e amadas políticos talvez pudessem contribuir com a venda dos seus carrinhos de alta cilindrada. Não se esqueçam que a educação é um bem essencial para a formação dos jovens e a evolução do país. Tudo pelo bem e amor à Pátria. Não é assim?!
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